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UPPs ajudam a salvar vidas no Rio de Janeiro

Pesquisa aponta redução acentuada de mortes violentas em áreas pacificadas


Cada Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Rio de Janeiro salva pelo menos seis vidas ao ano. Essa é a principal conclusão do estudo realizado pelo sociólogo Ignacio Cano, da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), e divulgado ontem, durante o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em Porto Alegre.

A pesquisa tomou como base as 13 primeiras UPPs implantadas no Rio e constatou que, além da grande redução no número de mortes violentas nessas comunidades – a taxa anual, que era de 80 para cada 100 mil habitantes, caiu para 60 em cada 100 mil habitantes – as comunidades pacificadas praticamente não têm mortes causadas por policiais.

A pesquisa revela, ainda, que o efeito benéfico das UPPs se expande para além das unidades, chegando a um raio de pelo menos 1,5 quilômetro ao redor delas, e que a redução de homicídios é constante em qualquer UPP, independentemente do número de policiais patrulhando cada unidade. Isso significa que mesmo uma UPP com poucos policiais gera basicamente os mesmos efeitos positivos em relação à redução de homicídios.

Para chegar a essas conclusões, Ignacio Cano e sua equipe, do Laboratório de Análise da Violência da Uerj, ouviram policiais e moradores de áreas pacificadas e analisaram registros e dados criminais oficiais.

– As UPPs são um grande avanço. A velha política do confronto armado era catastrófica. O que espero é que o espírito da UPP passe a permear o conjunto das medidas de segurança no estado – disse Ignacio Cano.

Por outro lado, o estudo constatou que, nas comunidades pacificadas, houve aumento no número de crimes não letais, como estupros, roubos, furtos, violência doméstica e lesões corporais. Isso ocorreu, segundo Cano, especialmente porque as pessoas passaram a registrar os crimes nas delegacias.

– Antes das unidades, a maior parte desses crimes não era registrada, porque as pessoas tinham medo. Por outro lado, existia a ‘lei’ dos traficantes e milicianos, que eram os responsáveis pelas punições. Agora, a presença dos policiais faz com que as pessoas tenham mais coragem de denunciar – afirmou Cano.

Segundo o diretor-presidente do Instituto de Segurança Pública (ISP), coronel Paulo Augusto Teixeira, os resultados do estudo vão ao encontro das conclusões registradas pelo próprio instituto em relação à criminalidade no Estado.

 – Um dos principais indicadores estratégicos que usamos como parâmetro para avaliar se a segurança no Estado está indo bem ou não é a redução da letalidade violenta. E o estudo mostra que as UPPs têm contribuído justamente para reduzir as mortes violentas, o que é muito positivo. As Unidades de Polícia Pacificadora são fatores importantes que têm ajudado a mudar o perfil da criminalidade no estado, e essa mudança é positiva – disse o coronel.