MATÉRIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Obras na Rua 4 aumentam a qualidade de vida dos moradores da Rocinha

Além de melhorar acesso, abertura da via diminuiu a incidência de tuberculose, até então a maior do país


No lugar da escura e insalubre viela de 60 centímetros de largura ocupada por um aglomerado de casas e “puxadinhos”, uma rua urbanizada de até 12 metros, com unidades habitacionais, espaços de lazer e muita cor. A mudança de cenário da Rua 4 da Rocinha completa um ano e nove meses este mês, e as melhorias na qualidade de vida da população são visíveis, com desenvolvimento socioeconômico e índices positivos na área da saúde.

– A Rua 4 foi o nosso maior desafio dentro dos projetos do PAC da Rocinha, devido à singularidade do lugar, densamente povoado e de forma desordenada, e das condições desfavoráveis do terreno. Mais do que uma obra viária, que facilitou a acessibilidade, o projeto é também de saúde pública, porque proporcionou qualidade de vida à comunidade – explicou o vice-governador e coordenador de Infraestrutura, Luiz Fernando Pezão.

Símbolo das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a abertura da via mudou a realidade dos moradores da comunidade pacificada. A rua, construída pela Empresa de Obras Públicas (Emop), permitiu mais do que a passagem de veículos, servindo como alternativa à Estrada da Gávea: garantiu a entrada da luz solar e da ventilação em um ponto que era considerado o de maior incidência de tuberculose do país. Em 2010, foram registrados 355 casos. Hoje, a taxa de curada enfermidade na comunidade é de 84%, segundo a Secretaria
Municipal de Saúde.

– Tive tuberculose duas vezes enquanto morei na Rua 4. Atualmente, acompanho os moradores da região como agente de saúde e noto a diferença. Os casos diminuíram drasticamente. Achava impossível o alargamento do beco. Foi um verdadeiro milagre, que também resultou na saúde da população – afirmou Rita de Cássia, uma das fundadoras do Grupo de Apoio a Ex-Pacientes e Pacientes de Tuberculose (Gaexpa) da Rocinha.

Novas unidades habitacionais

O novo caminho – que vai da Estrada da Gávea, na altura do número 427, no meio da comunidade, até o Caminho dos Boiadeiros, na parte mais baixa da região – reorganizou parte da Rocinha. Além da acessibilidade da via, 144 moradores que precisaram sair de suas residências por conta da insalubridade e da abertura da rua receberam unidades habitacionais construídas pelo governo estadual.

– Moro na Rua 4 há 48 anos. É inacreditável ver a mudança que aconteceu aqui. Agora, vivemos em um condomínio digno com tudo que temos direito como cidadãos: lazer e segurança – disse o borracheiro Rubem Muniz da Silva, de 50 anos, um dos moradores do conjunto habitacional, que tem nove blocos com 16 unidades cada um.

Desenvolvimento econômico é consequência

Os comerciantes também foram beneficiados com as obras da Rua 4. Um exemplo é Benedita dos Santos, que decidiu abrir uma pequena lanchonete depois das intervenções. Hoje, os moradores da via ajudam a gerar renda.

– Com o acesso melhorado, a Rua 4 passou a ganhar mais transeuntes. Por isso, decidi inaugurar o GB Lanches. A via não só me garantiu uma vida mais saudável, mas uma melhora na parte financeira – disse Benedita.

Para dar a cara da comunidade da Rocinha à Rua 4, o PAC Social, da Secretaria da Casa Civil, organizou oficinas de mosaico com os moradores. Nos cursos, foram produzidas placas para a rua, becos, travessas e casas, além de painéis ao longo da via. O objetivo era dar uma nova identidade ao local.

JORNALISTA
RUBENN DEAN
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