Vereador Baninho
 
materia de petropolis . região serrana do rio de janeiro.

Encosta no São Sebastião é considerada de alto risco pelo DRM-RJ

O Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro
(DRM-RJ) diagnosticou como de "alto risco" a situação de localidades
no bairro São Sebastião que estão ameçadas por quedas de rochas. O
trabalho foi executado a pedido do vereador Baninho (PSD). O laudo de
vistoria técnica sobre as pedras que ameaçam residências nas ruas
Capitão Danilo Paladino e Franklin Roosevelt, onde um bloco rochoso do
tamanho de um automóvel atingiu uma casa no dia 15 de junho, foi
entregue ontem ao parlamentar que, além de tornar público o documento,
vai enviar às autoridades competentes em escala municipal, estadual e
federal. O relatório sugere a interdição de cinco casas, uma na rua
Capitão Paladino e quatro na rua Franklin Roosevelt. O documento já
foi enviado ao Departamento Geral de Defesa Civil do Estado do Rio de
Janeiro e do município. O laudo também ressalta a necessidade de se
fazer um mapeamento geológico-geotécnico detalhado de toda a área,
solicitação que foi feita pelo vereador ainda na ocasião do
deslizamento do mês passado.
- Como os próprios geólogos explicam, o bairro cresceu dentro de um
vale, ou seja, algumas casas ficam muito próximas aos blocos rochosos
e muitos são camuflados por vegetação. Medidas urgentes precisam ser
tomadas para garantir a segurança dos moradores, já que os episódios
de desprendimentos de pedras são recorrentes. No mesmo local onde
ocorreu o acidente no mês passado, mais duas situações semelhantes já
haviam sido registradas em 1992 e em 2000”, salienta Baninho, que foi
prontamente atendido pelo engenheiro Raul Fanzeres, da subsecretaria
da Região Serrana – divisão da Secretaria de Obras do Estado do Rio de
Janeiro, que esteve na servidão Capitão Danilo Paladino três dias após
o desprendimento da pedra para iniciar o trabalho de avaliação
técnica.
Segundo o documento enviado ao vereador pelo presidente do DRM-RJ,
Flavio Erthal, a situação é de alto risco, pois “trata-se de maciços
rochosos muito fraturados, com lascas de alívio em toda a sua
extensão”. Ainda segundo a avaliação dos especialistas, o pedaço
rochoso mobilizado no dia 15 de junho apresenta blocos instáveis que
indicam a possibilidade de ativação do movimento de massa, com riscos
de acidentes para todas as residências juntas às encostas. Além da
interdição das cinco casas, o relatório sugere a fixação de lascas e
blocos maiores, e a implantação de barreiras flexíveis. Também são
necessárias obras de contenção na servidão, priorizando os trechos já
afetados por escorregamentos no passado. “Isso tem que ser feito com
urgência e os moradores não podem ficar sem suporte. Eles já sofreram
bastante e devem ser devidamente assistidos”, pontua Baninho.

Outro ponto do bairro também corre riscos
O DRM-RJ se colocou à disposição do vereador, que quer o estudo
geológico-geotécnico do bairro que é um dos mais populosos de
Petrópolis, com aproximadamente 10 mil moradores. “Precisamos desta
avaliação global da região, já que não se trata de um problema
pontual”, afirma Baninho. À pedido do parlamentar, o departamento
também avaliou a situação de outra pedra com cerca de 30 toneladas que
há 2 anos foi atingida por um raio e rachou, ameaçando 30 casas nas
ruas Capitão Paladini e Adão Brand. O resultado é alarmante: é preciso
fazer a remoção de oito casas, além de obras urgentes de contenção.
O alto risco é decorrente de uma série de fatores: os blocos rochosos
com volume total de 40m³ recebem o peso do aterro e do lixo acumulado
no platô de uma casa, além de todo o fluxo de água pluvial, já que uma
canaleta de drenagem foi destruída e a água teve seu fluxo desviado
para a rocha. “Caso os blocos rochosos se desloquem em queda livre,
uma drenagem natural com declividade (relação entre a diferença de
altura entre dois pontos e a distância horizontal entre esses pontos)
alta de 55º será atingida e poderá ocorrer uma corrida de massa de
detritos por uma extensão maior que 200m”, consta no documento.
“É inadmissível que uma situação como esta seja tratada com descaso.
São cerca de 30 casas no caminho deste enorme bloco de pedra que pesa
aproximadamente 30 toneladas e as famílias convivem com este perigo há
mais de 10 anos”, diz Baninho, que há dois meses esteve na obra que
foi iniciada há 10 meses e paralisada há quatro, por conta da
necessidade de ajustes no projeto. Na época o vereador cobrou
providências da empresa Tecnosonda, do governo do Estado – responsável
pela obra –, e da Secretaria de Obras do Município, que deve
fiscalizar o andamento dos trabalhos.
A questão provocou ações judiciais e técnicos do Inea (Instituto
Estadual do Ambiente) chegaram a emitir laudos que confirmam a
gravidade da situação. O bloco rochoso também foi estudado, em 2010,
por geólogos da UFRJ, Universidade do Estado do Rio de Janeiro e pela
empresa de Geotécnica do Estado (Geo-Rio). O Ministério Público
Estadual já determinou que a obra de contenção seja feita, mas durante
a visita dos técnicos do DRM-RJ em junho, foi possível constatar que
os riscos continuam. Segundo o relatório, a rocha possui um sistema de
falhas em degraus, o que, diante do deslocamento de um bloco, levaria
à instabilização do anterior e assim por diante, ou seja, haveria a
chance da ruptura total da encosta.
“Todos os especialistas já deram seu parecer: é preciso tomar medidas
urgentes, não há mais o que esperar. Enquanto o tempo passa os
moradores correm risco de vida”, declara Baninho, que através de
ofício solicitou, mais uma vez a retomada das obras de contenção da
pedra, como recomenda o laudo. Na avaliação dos geólogos, é preciso
implantar um muro de gabião na base da encosta, além de realocar as
oito casas existentes abaixo do bloco.
 
jornalista
rubenn dean
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