REPÓRTER RUBENN DEAN
MAT.ABR.2013/0143
AVISO DE COLETIVA DE IMPRENSA
(quarta-feira, 26)
Coletiva de imprensa: Dia 26 de junho de 2013.
Endereço: Sede da Associação Médica Brasileira – Rua São Carlos do Pinhal, 324 – Bela Vista – São Paulo – SP.
Entidades médicas de todo o país anunciam medidas em reação ao anúncio de importação de médicos estrangeiros
Lideranças
nacionais e de outros países esclarecerão, em coletiva, como será a
reação dos médicos à decisão do Governo; no encontro com a imprensa,
médicos de outros países contarão como foi a experiência de importação
de profissionais em suas nações
A
possibilidade de uma paralisação nacional dos médicos contra o anúncio
de vinda imediata de profissionais estrangeiros para atender na rede
pública deverá ser discutida durante uma grande reunião das lideranças
médicas de todo o país, que ocorrerá na próxima quarta-feira (26), em
São Paulo. Do encontro, devem participar representantes das
principais entidades médicas nacionais e regionais (conselhos,
sindicatos, sociedades, associações, entre outros).
Outras
medidas em reação à proposta também devem ser avaliadas pelo grupo. No
último sábado (22), já foi divulgada uma carta aberta aos médicos e à
sociedade, na qual quatro entidades nacionais classificam a medida –
anunciada no pronunciamento da presidente Dilma Rousseff – como inócua,
paliativa e populista. O
documento é assinado pela Associação Médica Brasileira (AMB),
Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), o Conselho Federal de
Medicina (CFM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam).
No
texto (ver íntegra), as entidades médicas afirmam que “o caminho
trilhado é de alto risco e simboliza uma vergonha nacional”, pois expõe a
população, sobretudo a parcela mais vulnerável e carente, à ação de
pessoas cujos conhecimentos e competências não foram devidamente
comprovados.
De
forma conjunta, as entidades têm se manifestado pela adoção de medidas
pelo Governo que melhorem a qualidade da assistência como um todo e
ressaltam que o exercício de médicos formados no exterior no Brasil só
deve ocorrer após seus diplomas serem devidamente revalidados. Sem isso,
entende-se que a saúde e a vida da população estarão em
risco.
Carta aberta aos médicos e à população brasileira
A SAÚDE PÚBLICA E A VERGONHA NACIONAL
Há
alguns anos, a presidente Dilma Rousseff foi vítima de grave problema
de saúde. O tratamento aconteceu em centros de excelência do país e sob a
supervisão de homens e mulheres capacitados em escolas médicas
brasileiras. O povo quer acesso ao mesmo e não quer ser tratado como
cidadão de segunda categoria, tratado por médicos com formação
duvidosa e em instalações precárias.
Por isso, a Associação Médica Brasileira (AMB), a
Associação Nacional de Médicos Residentes (ANMR), o Conselho Federal de
Medicina (CFM) e a
Federação Nacional dos Médicos (Fenam) manifestam publicamente seu
repúdio e extrema preocupação com o anúncio de “trazer de imediato
milhares de médicos do exterior”, feito nesta sexta-feira (21), durante
pronunciamento em cadeia de rádio e TV.
O
caminho trilhado é de alto risco e simboliza uma vergonha nacional. Ele
expõe a população, sobretudo a parcela mais vulnerável e carente, à
ação de pessoas cujos conhecimentos e competências não foram devidamente
comprovados. Além disso, tem valor inócuo, paliativo, populista e
esconde os reais problemas que afetam o Sistema Único de Saúde
(SUS).
Será
que os “médicos importados” - sem qualquer critério de avaliação ou com
diplomas validados com regras duvidosas - compensarão a falta de
leitos, de medicamentos, as ambulâncias paradas por falta de
combustível, as infiltrações nas paredes e as goteiras nos hospitais?
Onde estão as medidas para dotar os serviços de infraestrutura e de
recursos humanos valorizados? Qual o destino dos R$ 17 bilhões do
orçamento do Governo Federal para a saúde que não foram aplicados como
deveriam, em 2012? Porque vetaram artigos da Emenda Constitucional 29,
que se tivesse colocada em prática teria permitido uma revolução na
saúde?
Os
protestos não pedem “médicos estrangeiros”, mas um SUS público,
integral, gratuito, de qualidade e acessível a todos. É preciso
reconhecer que é a falta de investimentos e a gestão incompetente desse
sistema que afastam os médicos brasileiros do interior e da rede
pública, agravando o caos na assistência.
Segundo
dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), os Governos de países com
economias mais frágeis investem mais que o Brasil no setor. Na
Argentina, o percentual de aplicação fica em 66%. No Brasil, esbarra em
47%. O apelo desesperado das ruas é por mais investimentos do Estado em
saúde. É assim que o Brasil terá a saúde e os “hospitais
padrão Fifa”, exigidos pela população, e não com a “importação de
médicos”.
A
AMB, a ANMR, o CFM e a Fenam – assim como outras entidades e
instituições, os 400 mil médicos brasileiros e a população conscientes
da fragilidade da proposta de “importação” – não admitirão que se
coloque em risco o futuro de um modelo enraizado na nossa Constituição e
a vida de nossos cidadãos. Para tanto, tomarão tomas as medidas
possíveis, inclusive jurídicas, para assegurar o Estado Democrático de
Direito no país, com base na dignidade humana.
Brasília
ASSOCIAÇÃO
MÉDICA BRASILEIRA (AMB) - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE MÉDICOS RESIDENTES
(ANMR) - CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM) - FEDERAÇÃO NACIONAL DOS
MÉDICOS (FENAM)
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RUBENN DEAN
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