Rio de Janeiro, 1º de setembro de 2011 - Dezesseis ativistas do Greenpeace, presos ontem no Rio após protesto pacífico na sede da petroleira OGX, do bilionário Eike Batista, foram liberados pela polícia após duas horas na delegacia.
Os ativistas poderão ser acusados por invasão de domicilio. Por sua vez, o Greenpeace denunciará a OGX por agressão contra os manifestantes, após truculenta reação de sua equipe de segurança.
Sem que nenhum diretor da empresa recebesse os ativistas, a manifestação terminou com uma cena cinematográfica. Uma tropa de choque isolou a área do edifício, no centro do Rio, e arrastou os manifestantes à força. Na confusão, até a imprensa foi levada para a delegacia.
Veja as fotos da ação policial:
http://greenpeace.org.br/fotos/abrolhos/cappi: (créditos: Greenpeace / Alexandra Cappi)
http://greenpeace.org.br/fotos/abrolhos/mcruppe: (créditos: Greenpeace / EVE / Marizilda Cruppe)
Sem um posicionamento claro ao pedido do Greenpeace, a OGX reagiu com violência durante as mais de nove horas de protesto. Bloqueou os ativistas no saguão do edifício e cobriu a área com uma lona preta para evitar que jornalistas registrassem as imagens. A empresa também proibiu a entrada de comida e água. No fim do dia, as luzes foram desligadas e os ativistas ficaram no escuro.
Sob pressão, a OGX produziu às pressas uma nota que foi divulgada no início da tarde. Nela, a empresa respondia de forma muito vaga a carta do Greenpeace, enviada em 26 de julho passado, em que explicava a necessidade de uma moratória da exploração de petróleo e gás em Abrolhos. No comunicado, a petroleira de Eike Batista alega “respeitar a legislação ambiental vigente”, como de fato já se esperava da empresa.
O outro argumento é que seus blocos, distantes 150 km do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, não oferecem riscos ao Parque, o que demonstra completo desconhecimento dos estudos científicos sobre a extensa biodiversidade da região.
Mesmo sem o apoio de Eike Batista à preservação de Abrolhos, o Greenpeace seguirá adiante sua campanha até que todas as empresas decidam aderir à proposta de moratória de exploração de petróleo em Abrolhos.
rubenn dean paul alws
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jornalista / apresentador
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