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Sou fã do Walter Firmo, um dia farei parte dessas exposições... "Será uma Negro que saiu do Lixo, chegando no Mundo" (Do Lixo para o Mundo) Meu nome é: Rubenn Dean Paul Alws "Petrópolis, Rio de Janeiro" Brasil! (Youtube/Google) ‘No verbo do silêncio a síntese do grito’: exposição de Walter Firmo chega ao CCBB-RJ e vai exaltar a cultura negra
As 226 fotografias da década de 1950 do carioca renomado, de 85 anos, já passaram pelo Instituto Moreira Salles (IMS) de São Paulo e vão ficar em cartaz no CCBB, no Centro, de quarta-feira (9) até 27 de março de 2023.
A exposição “Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito” chega nesta semana ao Centro Cultural Banco do Brasil, no Centro do Rio de Janeiro. As 226 fotografias a partir da década de 1950 do renomado fotógrafo carioca, de 85 anos, exaltam a cultura negra no país.
Sob curadoria do coordenador de fotografia do IMS, Sergio Burgi; e da professora da UERJ e coordenadora do grupo de pesquisa "Afro Visualidades: Estéticas e Políticas da Imagem Negra", Janaina Damaceno, a exposição vai ocupar todo o segundo andar do centro cultural com registros de ritos, festas populares e religiosas e cenas cotidianas da população negra.
A mostra volta à terra natal do fotógrafo que, apesar de ter percorrido pelo Brasil, mantém um vínculo especial com a cidade. Foi nas ruas cariocas onde Walter Firmo começou a carreira, partindo da própria vivência enquanto homem negro nascido na periferia, no Irajá, Zona Norte do Rio. Começou a fotografar ainda na adolescência, com a câmera que ganhou do pai, que era de família ribeirinha do baixo Amazonas.
Até mesmo Cartola, Pixinguinha, Ga
“Acabei colocando os negros numa atitude de referência no meu trabalho, fotografando os músicos, os operários, as festas folclóricas, enfim, toda a gente. A vertigem é em cima deles. De colocá-los como honrados, totens, como homens que trabalham, que existem. Eles ajudaram a construir esse.
Dividida em sete núcleos temáticos, a mostra viaja pela trajetória de Walter Firmo, da década de 1950 até 2021, com registros do carnaval, de periferias pelo Brasil e de quilombos, voltados para o fotojornalismo.
Ao longo da mostra, o estilo do fotógrafo também vai se alterando, passando a apostar na fotografia “como encantamento, encenação e teatralidade, em diálogo com a pintura e o cinema”. Chegam, então, as capas de discos de grandes nomes como Dona Ivone Lara, Cartola, Clementina de Jesus, Paulinho da Viola, Gilberto Gil, Martinho da Vila, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Djavan e Chico Buarque.
“Walter Firmo incorporou desde cedo em sua prática fotográfica a noção da síntese narrativa de imagem única, elaborada através de imagens construídas, dirigidas e, muitas vezes, até encenadas. Linguagem própria que, tendo como substrato sua consciência de origem – social, cultural e racial –, desenvolve-se amalgamada à percepção da necessidade de se confrontar e se questionar os cânones e limites da fotografia documental e do fotojornalismo. Num sentido mais amplo, questionar a própria fotografia como verossimilhança ou mera mimese do real”, afirma o curador Sergio Burg.
Ao final, o público pode assistir ao curta-metragem Pequena África (2002), de Zózimo Bulbul, em que Walter Firmo foi diretor de fotografia. A obra conta a história da região que recebeu milhões de africanos escravizados.
O Instituto Moreira Salles no Rio de Janeiro entrará em reforma em abril de 2023 e, por isso, esta será uma parceria inédita entre as duas instituições.
“As imagens de Firmo despertam memórias de uma afetividade profunda, que certamente aumentam a conexão das pessoas com a produção cultural brasileira", descreve Sueli Voltarelli, Gerente Geral do CCBB-RJ.
Visitação!
- Datas: 9 de novembro de 2022 até 27 de março de 2023
- Local: CCBB-RJ: Primeiro de Março 66, Centro, Rio de Janeiro
- Funcionamento: Segunda, quarta a sábado: 9h às 21h. Domingo: 9h às 20h.
- Fechado às terças-feiras
- Classificação indicativa: 14 anos
- Entrada: gratuita, com ingressos na bilheteria física ou no site: bb.com.br/cultura.
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