REPÓRTER RUBENN DEAN
MAT.ABR.2013/0143
DRT.33.689-1RJ
Governando no escuro ... É o Sr. Eduardo Pães...
O PREFEITO DO RIO DE JANEIRO É POP STAR . CELEBRIDADE NO PODER .
ENQUANTO ISSO O ESTADO VIVE INUMEROS PROBLEMAS CAUSADO PELA FALTA DE CARACTER DO PODER PÚBLICO ... VEM AI AS ELEIÇÕES DE 2014 .
Enquanto a plebe rude na cidade dormia, Eduardo Paes se entregou à picardia. É coisa para Stanislaw Ponte Preta curtir lá do Céu. O prefeito quer pagar Woody Allen para promover o Rio. ÉFebeapá do brabo. Mas homens como Paes garantem o salário mensal do cronista.
Manhattan
Woody Allen (1935 –), cineasta norte-americano consagrado, nasceu no Bronx e cresceu no Brooklin. Como realizador, Allen se interessa pela vida nas cidades desde o início de sua carreira. Com o clássico "Manhattan", ganhou projeção mundial. O filme é uma ode ao mais famoso dos distritos de Nova Iorque e satiriza o microcosmos neurótico da intelectualidade nova-iorquina.
Woody Allen (1935 –), cineasta norte-americano consagrado, nasceu no Bronx e cresceu no Brooklin. Como realizador, Allen se interessa pela vida nas cidades desde o início de sua carreira. Com o clássico "Manhattan", ganhou projeção mundial. O filme é uma ode ao mais famoso dos distritos de Nova Iorque e satiriza o microcosmos neurótico da intelectualidade nova-iorquina.
"Manhattan" jamais envelheceu como filme. A sequência de abertura é uma pequena obra-prima do cinema moderno, dispondo as paixões e os ódios de um cidadão pela sua cidade. O trecho mistura três camadas convergentes de sentimento: imagens fotográficas de impecável qualidade, a música de George Gershwin eternamente associada à "Big Apple" e a locução vacilante do protagonista, tentando "dizer" seu amor. No trecho, Nova Iorque é descrita ora como símbolo da pujança norte-americana ora como "metáfora da decadência da cultura contemporânea".
"Manhattan" cairia como luva para um sarro sobre os nossos "inocentes do Leblon", a turma que vive na Zona Sul carioca qual Maria Antonieta no Palácio de Versailles. Os versos são de Carlos Drummond de Andrade, poeta mineiro que amou o Rio sem ofender a inteligência dos seus concidadãos: "Os inocentes, definitivamente inocentes, tudo ignoram, / mas a areia é quente, e há um óleo suave / que eles passam nas costas, e esquecem". O óleo pode ser a polícia, que espanca a estudantada e viola direitos. Depois de "Manhattan", Allen filmou "Shadows and fog" ("Neblinas e sombras"), outro filme que dá muita atenção aos meandros da cidade, esses porém mais soturnos.
Vicky, Cristina, IpanemaMas são os trabalhos recentes do diretor norte-americano que Paes tem em mente ao dizer que o pagaria para promover a Cidade Maravilhosa, provavelmente com dinheiro do erário público. Em tempos recentes, Allen filmou nos três vértices do imaginário europeu: Barcelona, Paris e Roma. Filmou também em Londres, se considerarmos a tragédia "Macht Point", com Scarlett Johansson num dos mais deliciosos papeis de sua carreira, o de atriz frustrada.
Na trinca recente de Woody Allen, não há nada de socialmente engajado – nem digo que deveria haver. São filmes leves, feitos para alegrar o espírito, falar de relações essenciais. São filmes sobre tentativas de reinvenção individual, gente mudando, casais em crise. São também para elevar nosso olhar à altura de algumas belezas do engenho. Cidades como Barcelona, Paris e Roma encantam o mundo por sua magia arquitetônica e pelo dinamismo de seu cotidiano. A Arte pode ser socialmente engajada, mas não deve obrigatoriamente sê-lo. É bom que não o seja. E, dizendo de outra forma: falar de belezas e experiências amorosas é também uma força de engajamento espiritual profundo.
É claro que o Rio de Janeiro tem méritos de sobra para ser celebrado. O único problema, no caso, é que se cabe ao cineasta compor suas odes poéticas às cidades que o encantam, a um prefeito cabe governar a cidade que o elege. Um prefeito que age como um publicitário colonizado não é um prefeito, é um publicitário colonizado. Além disso, transforma um dos mais brilhantes artistas da contemporaneidade em um fazedor de filmes promocionais. A cidade maravilhosa agita nossas aspirações urbanas mas é também a cidade símbolo de uma das sociedades mais asquerosamente desiguais do planeta, a brasileira. Quem governa capitais como Rio, São Paulo, Recife, tem trabalho de gestão primordial no sentido de amenizar essas desigualdades nojentas. Promover belezas é uma ótima tarefa para agências locais de turismo.
De todo modo, fica aí a sugestão para Woody, que domina a linguagem cômica com maestria. Filmar, numa favela carioca, uma comédia sobre um pobre desgraçado que procura ingressos para a Copa do Mundo e assiste pela TV as propagandas oficiais sobre falsos melhoramentos urbanos, inaugurados por uma entourage de tecnocratas demagogos, caricatos como cineasta cego de "Hollywood Ending" ("Dirigindo no escuro").
jornalista .
rubenn dean
tel.021.9337.4123
email.
rubenndeanrj@gmail.com
facebook.
eddie rubenn dean murphy