Os casos que pendem sobre o magnata ficam, agora, em suspenso – pelo menos durante os quatro anos de presidência... Donald Trump está prestes a regressar à Casa Branca, depois de ter sido eleito para o cargo de 47.º presidente dos Estados Unidos, esta quarta-feira (6). Com este desfecho, como ficam os processos criminais contra o magnata? Explicamos! Obs: Os casos que pendem sobre Trump ficam, agora, suspensos – pelo menos durante os quatro anos de presidência.
O magnata foi o primeiro ex-chefe de Estado a enfrentar acusações criminais. Este ano, Trump foi visado em quatro processos em simultâneo, tendo sido inclusivamente condenado pela falsificação de registros de pagamento à estrela pornográfica Stormy Daniels durante a sua campanha presidencial de 2016.
De fato, o presidente-eleito assegurou, em 24 de outubro, que demitiria o procurador especial Jack Smith "dois segundos" depois de tomar posse, recordou a agência Reuters, esta quarta-feira.
Saliente-se que Jack Smith foi o responsável pela investigação ao ataque ao Capitólio e à posse ilegal de documentos confidenciais, retidos na residência de Mar-a-Lago, na Florida, já depois de Trump ter abandonado a presidência. O, na altura, 45.º presidente declarou-se inocente e considerou que as acusações tinham motivações políticas.
Ainda que, como chefe de Estado, tenha autoridade para dispensar Smith e colocar um ponto final nos processos federais contra sele, Trump não poderá exercer o mesmo tipo de controle no caso de Stormy Daniels ou nas acusações de que é alvo na Geórgia, onde teria procurado anular a vitória de Joe Biden, em 2020.
Contudo, o regresso à Casa Branca enquanto 47.º presidente dos Estados Unidos faz com que Trump possa enfrentar consequências legais em qualquer um dos casos durante o seu mandato.
Saliente-se que a sentença no caso de Stormy Daniels está marcada para o próximo dia 26 de novembro, ainda que seja expectável que os advogados de defesa peçam que seja novamente adiada. O magnata poderá enfrentar até quatro anos de prisão.
...A postura do presidente de reconhecimento da vitória de um adversário difere da de Bolsonaro, quando em 2020 Biden foi eleito para a Casa Branca...
O presidente adotou tom pragmático e conciliatório após a vitória de Trump, mas na semana passada declarou apoio contundente à adversária Kamala Harris.
Na sexta-feira passada (1º), ele disse que sua vitória seria "mais segura" para a democracia e citou os ataques ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, quando Trump incitou seus apoiadores a invadir o Congresso no dia que a Casa certificava a vitória de Biden.
"Agora temos o ódio destilado todo santo dia, as mentiras, não apenas nos EUA, na Europa, na América Latina, vários países do mundo. É o fascismo e o nazismo voltando a funcionar com outra cara", afirmou na ocasião.
"Como sou amante da democracia, acho coisa mais sagrada que nós humanos conseguimos construir para bem governar o nosso país, obviamente estou torcendo para Kamala ganhar as eleições."
A disputa dos Estados Unidos também foi polarizada no Brasil, ao passo que Jair Bolsonaro (PL) declarou apoio a Trump. Seu grupo político é alinhado ao do republicano, e o seu filho e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) esteve na Florida acompanhando a vitória do aliado.
A postura do presidente de reconhecimento da vitória de um adversário difere da de Bolsonaro, quando em 2020 Biden foi eleito para a Casa Branca. Na ocasião, o então presidente demorou quase 40 dias para reconhecer o resultado.
Apesar da preferência declarada pela democrata, a declaração de Lula converge com linha pragmática adotada pelo seu governo. Auxiliares mencionam a relação com a Argentina, onde está mantido o pragmatismo, apesar de o país ser governado por alguém que já criticou abertamente Lula, Javier Milei.
O primeiro ministro de Lula a comentar a eleição dos Estados Unidos nesta quarta foi Fernando Haddad (Fazenda). Ele disse que o dia amanheceu "mais tenso" nos mercados, em função do que foi dito na campanha, mas que o discurso pós-vitória de Trump já sinaliza para mais moderação.
"Muito do que foi dito na campanha, possivelmente vai ser moderado, vai ser mediado pela sociedade", disse a jornalistas, na porta do ministério.
Questionado se haveria impacto político no Brasil ele minimizou. "É difícil dizer isso, porque você não tem um casamento de eleições, entre o Brasil e os Estados Unidos não se dá assim, não tem um automatismo. Existe um fenômeno de extrema-direita no mundo crescente. Mas isso não é de agora, né?".
Integrantes do governo Lula se surpreenderam com a margem folgada da vitória do republicano, que ganhou na maioria dos estados-pêndulo.
Boa essa matéria!!!