Médicos
americanos vão fazer reciclagem nos hospitais da rede estadual de saúde
Equipe americana responsável
por médicos que atendem soldados no front do Afeganistão esteve no Rio para
conhecer o serviço do Governo do Estado
Médicos responsáveis pelas equipes americanas de atendimentos nos campos de batalha dos Estados Unidos estiveram no Rio este mês para conhecer a rede estadual de saúde. O objetivo é estabelecer uma parceria com o Governo do Estado e, a partir de 2013, os hospitais estaduais que possuem centros de trauma receberão os profissionais norte-americanos que hoje trabalham no atendimento aos soldados no front do Afeganistão. A troca de experiências entre os profissionais de lá e daqui vai ser amplamente favorável aos médicos estaduais, que terão a oportunidade de aprender técnicas novas com profissionais seniores. Por sua vez, a equipe de saúde dos EUA vai cumprir o período regulamentar de reciclagem internacional a que devem passar anualmente.
A Universidade de Miami é um dos
centros de pesquisa que dá suporte ao Departamento de Defesa dos Estados
Unidos. Parceira também do Governo do Rio de Janeiro, recentemente recebeu
profissionais da Secretaria de Estado de Saúde em sua sede para treinamento no
campo da telemedicina.
- Atualmente, esses médicos que
atuam no Iraque ficam nove meses por ano no país, retornando a cada
três meses aos Estados Unidos e ficando por lá por um mês. Em um desses
intervalos ele deve fazer uma reciclagem. Nossa ideia é que eles passem 15 dias
na Universidade de Miami e os outros 15 aqui no Rio de Janeiro,
atuando nos centros de trauma da rede estadual – adiantou Antonio
Marttos, diretor de Telemedicina do Trauma da Universidade de Miami.
A visita começou pelo Hospital
Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, que possui o maior CTI adulto e
pediátrico do estado (75 leitos adulto e 11 infantil) e que dá suporte a uma
população de mais de 2 milhões de pessoas. Lá, conheceram a estrutura do futuro
centro de trauma, as UTIs adulto e pediátrica e o tomógrafo da unidade, que
realiza cerca de 2,3 mil exames por mês.
Em seguida, o grupo visitou a UPA
São Gonçalo I, no Colubandê. Um dos integrantes da comitiva, o médico e
comandante do Exército americano, Casper Jones, ficou impressionado com o
sistema de Business Intelligence (BI) usado nas Unidades de Pronto-Atendimento.
O sistema permite visualizar o número de atendimentos de cada unidade, quantas
vezes o mesmo paciente foi até à UPA em determinado período, acompanhar o
desempenho da equipe multiprofissional, entre outras informações.
- De tudo que vi aqui, o que mais
me impressionou foi esse sistema que consegue controlar informações muito
importantes para a gestão das unidades. Vocês podem ver as estatísticas e
controlar tudo o tempo todo – comentou Casper.
Novos projetos - Da
UPA, o grupo seguiu para Rio Bonito para conhecer o tomógrafo móvel e, de lá,
foi para a sede da Secretaria assistir a uma apresentação sobre a estrutura de
assistência do estado e os planos para o futuro, incluindo o legado para a
saúde pública após Copa do Mundo e Olimpíadas. O secretário de Estado de Saúde,
Sérgio Côrtes, falou sobre os novos projetos, como os hospitais do Cérebro, de
Cardiologia, de Transplante, do Idoso, de Oncologia da Baixada e o Rio Imagem
2, e comentou os próximos desafios.
- Diferentemente da
estrutura americana, nós optamos por fazer hospitais especializados em
determinadas áreas. Com isso, pretendemos criar polos de excelência. Nossos
desafios futuros são a implantação da telemedicina em algumas de nossas
unidades e a preparação para os grandes eventos que vamos receber. Já temos a
experiência do Réveillon em Copacabana e o carnaval, mas o tipo de turista que
vem para esses eventos é diferente – explicou o secretário.
Ao final da apresentação, os
médicos da comitiva aproveitaram para contar um pouco de sua experiência
no Iraque e no Afeganistão e comentaram suas impressões sobre o que
viram nas unidades da SES.
- Estou muito impressionado com o
que a secretaria conseguiu construir em apenas seis anos. Isso é fenomenal –
comemorou David Angelette, ex-médico do Exército americano que atuou
no Iraque e no Afeganistão.
Parcerias estrangeiras - Em
agosto, uma equipe formada por médicos e enfermeiros da SES embarcou para os
Estados Unidos onde recebeu treinamento no Ryder Trauma Center, da
Universidade de Miami. A programação incluiu, além de aulas teóricas, o
acompanhamento de plantões, onde puderam ver in loco os
conhecimentos adquiridos em aula. A programação também contou com minicursos
com aplicação direta ao atendimento do politraumatizado.
Em janeiro, um outro grupo de
médicos e enfermeiros fez um treinamento de algumas semanas
no Shock Trauma Center Adams Cowley, Centro
de Trauma da Universidade de Maryland, em Baltimore, referência para
o atendimento ao presidente norte-americano Barack Obama em casos de
emergências. Os dois treinamentos são frutos de convênios assinados entre a SES
e as respectivas universidades americanas.
jornalista
rubenn dean
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eddie rubenn dean murphy
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