REPÓRTER . RUBENN DEAN MAT 33.689-1RJ
Audiência Pública esclarece dúvidas
sobre previdência do município
Durante essa semana, a Câmara
Municipal realizou a primeira audiência pública voltada para a educação
previdenciária. A iniciativa, do vereador Silmar Fortes (PMDB), partiu dos
próprios servidores, especialmente aqueles que têm um contrato de 20 horas e por
interesse da administração pública trabalha 40 horas. No desconto da
previdência, o cálculo é feito pelas 40 horas e no momento da aposentadoria, o
cálculo é feito sobre as 20 horas do acordo inicial.
Estiveram presentes a assessora
jurídica do Sindicato dos Servidores do Município (SISEP), a advogada Juliana
Cintra, Rose Silveira, do Sindicato Estadual dos Professores do Estado (SEPE),
o juiz Claudio Montesso da 58ª Vara do Trabalho, o diretor-presidente do INPAS Marcus
Curvelo, Ricardo Patuleia, o diretor de RH da Fundação Municipal de Saúde, além
dos vereadores Anderson Juliano (PT), Roni Medeiros (PTB), Marcos Montanha
(PPS), Reinaldo Meirelles (PTB) e Maurinho Branco (PTC).
O diretor-presidente do INPAS,
Marcus Curvelo, iniciou a audiência palestrando sobre a situação atual do
Instituto de Previdência do munícipio. Segundo Curvelo, “A posição do instituto
não é confortável, mas é preciso assumi-la. Fazer gestão previdenciária em um
instituto que acumula um déficit atuarial de 900 milhões de reais remetidos a
2030 não é fácil e, por isso precisamos buscar efetivamente soluções para esse
problema”.
A questão do déficit do INPAS vem
desde a criação dos Regimes Próprios de Previdência, em 1998, que foram criados
sem poupanças ou planejamento em longo prazo. Segundo Curvelo, “Para resolver o
problema da previdência do município, precisamos do Ministério da Previdência, o
grande responsável por situação crítica, pois no momento da criação desses
regimes, não foi criada uma legislação que blindasse os fundos em relação às
más práticas de gestão”.
O representante do INPAS também opinou
sobre soluções para a questão da previdência do município. Segundo Marcus, “seria
interessante a aplicação de determinados impostos no saneamento das contas da previdência
e também a criação de loterias esportivas”.
O vereador Anderson Juliano
mostrou sua surpresa: “O INPAS passa por uma situação extremamente grave. Está
na hora de os funcionários públicos se mobilizarem. Sem organização, essas
questões não avançam e só se consegue as coisas com muita luta”.
Juliana Cintra, do SISEP, tratou
do papel do sindicato na defesa dos funcionários. Para a advogada, “com essas
questões relativas à previdência, sempre tentamos resolver primeiramente pelo
meio administrativo. Não resolvendo, passamos para a via judicial”.
Segundo esclarecimento do juiz do
trabalho Claudio Montesso, “o juiz do trabalho não julga causa de servidor
público estatutário nem julga matéria de natureza previdenciária por meio de
decisão recente do STF. Essas questões quando levadas ao judiciário devem ser
levadas diretamente à Vara de Fazenda Pública”.
Em relação aos descontos durante
o tempo de serviço que não são revertidos na aposentadoria, o juiz Montesso
esclareceu que “existe uma tendência forte na jurisprudência para que não haja
contribuição que incida sob parcelas que não se incorporam no cálculo no
benefício previdenciário. É bem verdade que o servidor vai contribuir menos,
mas com certeza ele não irá usar o dinheiro para fazer uma previdência privada.
Por isso acredito que é necessário outra solução, além da criação de uma
cultura de poupança”.
O vereador Silmar Fortes
finalizou a audiência destacando a importância de realizar eventos como esse: “é
um aprendizado coletivo e começamos hoje uma caminhada. É um tema complexo, por
isso, vamos construir nessa Casa um espaço democrático para discussão da
previdência no município. Esse processo é contínuo e precisa de servidores
participativos e mobilizados”. Abaixo algumas questões respondidas na audiência
pública:
Qual o tempo de contribuição mínima no munícipio?
O tempo de contribuição para as
servidoras do município é de 30 anos, com a idade mínima de aposentadoria 55
anos. Para os homens, o tempo de contribuição é de 35 anos e idade de 60 anos.
Essas e outras dúvidas simples podem ser tiradas da página do INPAS na
internet. Além disso, há toda situação do instituto de acordo com a Lei de Transparência.
Qual a diferença entre vencimento e remuneração?
A remuneração é o somatório de
todas as quantias recebidas pelo servidor. Isso inclui o salário, triênios,
horas extras, entre outros. Já o vencimento-base é aquele estabelecido pelo Plano
de Cargos e Salários e é base do cálculo da previdência para efeitos de
aposentadoria.
Por que na função gratificada não incidem benefícios como insalubridade
e triênio, mas incide descontos como INPAS e Imposto de Renda Retido da Fonte?
Segundo a assessora jurídica do SISEP,
Juliana Cintra, “é necessário diferenciar o vencimento do servidor público e as
incorporações. A incorporação não entra no vencimento. São características
diferentes e não podemos misturar”.
Por que um servidor que tem o vencimento-base de 20 horas, mas trabalha
40 horas por interesse da administração pública tem seus descontos baseados na
carga horária maior e se aposenta pela menor?
Essa questão é estabelecida pela
legislação. Do ponto de vista da legislação é impossível ser de outra maneira.
Dependendo da turma do judiciário que julga o requerimento para incluir essas
horas na aposentadoria, o pedido é aceito, já em outras turmas não. O consenso
entre as autoridades presentes na audiência é que a melhor solução para esse
caso é a melhora da legislação, tornando-a mais clara e transparente.
Por que o desconto para a previdência feito com a dobra de carga não
vai para o INSS e aumenta o fator previdenciário dos últimos 10 anos do
trabalhador?
De acordo com o INSS, o Regime
Próprio de Previdência Social (RPPS) dos servidores públicos não conta com
fator previdenciário. Por esse motivo, tudo que é descontado é repassado em sua
integralidade para o regime de previdência do município.
Por que um servidor que falta um dia do regime de 12X36 recebe duas
faltas?
Segundo Ricardo Patuleia, diretor
de RH da Fundação Municipal de Saúde, “se um plantonista falta, ele perde também o
repouso remunerado do dia seguinte, pois o servidor trabalha 12 horas para ter
o repouso pago de 36”.
jornalista
rubenn dean
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eddie rubenn dean murphy
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