REPÓRTER
RUBENN DEAN
MAT.33.689-1RJ
A presidente da República Dilma Rousseff disse neste sábado no Chile que
foi lançada como candidata à reeleição em 2014 pela mídia brasileira.
Ao ser questiona por jornalistas se ela já é
candidata para as próximas eleições presidenciais, Dilma respondeu que
esta era a vontade da imprensa.
"Vocês me lançaram como candidata", disse Dilma após
uma jornalista insistir que a própria presidente deveria dizer se era ou
não candidata.
A declaração foi dada na saída de um hotel em Santiago, no
Chile, onde Dilma participa da reunião de cúpula entre a Comunidade de
Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e a União Europeia.
( Reportagem de Rubenn Dean Paul Alws )
Ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, Dilma comparece à cúpula realizada em Santiago, Chile.
A presidente Dilma Rousseff declarou neste sábado em
Santiago, após uma reunião de trabalho como presidente chileno,
Sebastián Piñera, que para o Brasil "Não há limites na cooperação (...)
com o Chile".
Dilma chegou na sexta-feira à capital chilena para participar da
primeira Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos
(Celac) e União Europeia (UE), que reúne delegações de cerca de 60
países e acontece hoje e amanhã.
Ainda antes do encontro regional, Dilma, que está visitando
oficialmente o Chile pela primeira vez, se reuniu com Piñera durante
mais de uma hora no Palácio de La Moeda para discutir temas bilaterais.
A cooperação em educação, cultura e pesquisa científica foi outro
tema abordado no encontro, em que participaram também os chanceleres e
ministros de Educação dos dois países.
Dilma e Piñera também assinaram acordos para intercâmbios acadêmicos,
promoção cultural e para incentivar o ensino mútuo do espanhol e do
português.
Além disso, os líderes concordaram que o Brasil poderá utilizar a
base chilena em território antártico enquanto reconstrói suas
instalações na base "Comandante Ferraz", destruída por um incêndio há um
ano.
Em coletiva de imprensa após o encontro com Piñera, a presidente
afirmou que o "Brasil está pronto para cooperar com o Chile", e
mencionou o interesse do governo em se aproximar em temas como energia,
biocombustíveis e investimentos.
"Estamos inteiramente dispostos a efetivar todos os passos para
construir uma relação mais ampla, mais forte. Não só econômica, mas
cultural, científica", ressaltou.
Por sua vez, o presidente Piñera manifestou o interesse de seu país
em aumentar os contatos com o Brasil em matéria de ciência e tecnologia,
assim como para estabelecer "corredores bioceânicos" entre a costa
chilena no Pacífico e a brasileira no Atlântico.
Para Dilma, a ideia de conectar o Chile ao Brasil através de seus
portos é prioritária, pois eles seriam, segundo ela, "as fronteiras"
entre ambas as nações, que não têm limites terrestres.
O Chile faz parte da Aliança do Pacífico, um órgão de integração
sub-regional do qual também fazem parte Peru, Colômbia e México, que
soma 215 milhões de habitantes e representa cerca de 35% do Produto
Interno Bruto (PIB) da América Latina.
O bloco, onde estão agrupadas as quatro economias latino-americanas que
mais têm crescido, é considerado por muitos analistas um contrapeso ao
poderio econômico do Brasil na região, apesar de os membros da Aliança
deixarem claro que não pretendem excluir nem competir com nenhum país.
Sobre o uso das instalações chilenas na Antártida por parte do
Brasil, Piñera ofereceu toda a ajuda de seu país aos pesquisadores
brasileiros pelo tempo que for necessário para que possam realizar seus
estudos na base Eduardo Frei.
"No continente branco da paz e do futuro, sem dúvida Brasil e Chile
podem colaborar intensamente. Por enquanto, o Chile ofereceu todas as
facilidades para a reconstrução da base brasileira que recentemente
pegou fogo na Antártica", expressou o governante.
O Brasil fez sua primeira expedição à Antártica em 1982 e dois anos
depois terminou a construção de sua primeira base, denominada Comandante
Ferraz em homenagem a um oficial naval que morreu no continente branco.
A base ficou destruída há um ano, depois de um incêndio em que
morreram duas pessoas, mas Dilma anunciou sua reconstrução, até 2015,
com um custo de US$ 57 milhões.
A presidente aproveitou sua reunião com Piñera para agradecer ao
Chile o apoio oferecido a muitos brasileiros que se refugiaram no país
durante a ditadura militar (1964-1985), entre eles, segundo disse,
vários membros de seu gabinete.
A presidente brasileira deve ter hoje encontros bilaterais com o
presidente do México, Enrique Peña Nieto, e com a chanceler alemã,
Angela Merkel.
Dilma se reunirá, ainda, com os mais de 40 Chefes de Estado e de governo
que foram à Cúpula Celac-UE em Santiago sob o lema "Aliança Para o
Desenvolvimento Sustentável: Promovendo Investimentos de Qualidade
Social e Ambiental".
Brasil e Chile assinaram um acordo neste sábado para
que os brasileiros possam usar as instalações da base chilena na
Antártida, enquanto o governo brasileiro reconstrói a sua base destruída
por um incêndio em fevereiro do ano passado.
A base brasileira só deve começar a ser reconstruída no
fim deste ano, segundo as previsões feitas pelo ministro da Defesa,
Celso Amorim, em setembro passado.
"Acabamos de assinar esse acordo, em que o presidente
(Sebastián) Piñera falou muito bem sobre o continente branco. Nós
agradecemos essa cooperação ao Chile, principalmente diante da
importância para o Brasil dessa cooperação e diante dos fatos que
aconteceram na nossa base", discursou a presidente Dilma Rousseff após
reunião oficial com o presidente chileno.
"O Chile está oferecendo toda facilidade para a
reconstrução da base brasileira que recentemente se queimou em
Antártida", disse Piñera.
O incêndio que destruiu a base brasileira na Antártida
interrompeu pesquisas e causou a morte de dois militares que tentaram .
Brasil e Chile assinam acordo para compartilhar base na Antártida
combater o fogo.
Além da visita oficial ao Chile, Dilma também participa
neste sábado da reunião de cúpula entre a Comunidade de Estados
Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e a União Europeia.
Durante o pronunciamento, após a reunião com Piñera
neste sábado, Dilma disse que essa é uma boa oportunidade para estimular
a aproximação das duas regiões.
"Essa cooperação inter-regional passa a ser um elemento
fundamental para a superação e para construção de um mundo que cresce,
que distribui renda e que beneficia suas populações", afirmou Dilma.
A chanceler alemã Angela Merkel destacou neste sábado
que a cúpula da Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe
(CELAC) e da União Europeia (UE) devem levar a "um novo nível" as
relações entre as duas regiões para conseguir "uma associação
estratégica de igual para igual".
A cúpula deste fim de semana, a sétima que reúne as duas regiões,
acontece num momento em que a UE, o maior investidor na América Latina e
Caribe, com 43% do total ou 500 bilhões de dólares na última década,
atravessa a pior crise de sua história. A América Latina, por sua vez,
cresceu a uma taxa média de 4,5% do PIB nos últimos dois anos.
Em função disso, Merkel reiterou que a confiança na União Europeia só
será recuperada com reformas e incentivou a Espanha a aproveitar suas
relações com a América Latina para exportar mais e voltar a crescer.
Indagada sobre a possibilidade de incentivar políticas expansionistas
na UE, como pediu o presidente do Governo espanhol Mariano Rajoy,
Merkel reiterou sua posição sobre a necessidade de manter os ajustes e
as reformas estruturais para sanar a economia europeia.
"A confiança só pode crescer se houver as condições devidas e as
estruturas para o crescimento da economia", afirmou Merkel em coletiva
de imprensa no Palácio de La Moneda, onde se reuniu com seu colega
chileno, Sebastián Piñera.
A chanceler alemã assegurou que 90% do crescimento da União Europeia está acontecendo fora da Europa.
"Uma política econômica expansionista quer dizer que todos os países
têm de oferecer produtos interessantes para vender em todo o mundo, e a
América Latina, com estes laços intensos que têm Espanha e Portugal, é
um mercado para uma indústria competitiva para os países do sul da
Europa", acrescentou.
Mas reconheceu que a Europa deve fazer esforços para não ficar para
trás. "Temos que aumentar a competitividade, reduzir nossa dívida, não
podemos viver às custas das próximas gerações", afirmou.
Merkel também participou em uma cúpula empresarial junto aos
presidentes de México, Enrique Peña Nieto; da Colômbia, Juan Manuel
Santos, e do Peru, Ollanta Humala, membros da Aliança do Pacífico, grupo
que atrai a atenção das potências econômicas ocidentais.
Os quatro países desta Aliança, que aplicam políticas de livre
mercado, multiplicaram os tratados de livre comércio entre si e com
várias potências econômicas mundiais, prestando especial atenção à zona
Ásia-Pacífico, e são os que registram um maior crescimento de suas
economias na região.
Durante a tarde, Merkel se reunirá com a presidente Dilma Rousseff,
que, graças ao sexto lugar na economia ocupado pelo Brasil, projeta sua
liderança para fora da região.
"Vou falar com o Brasil porque seria bom contar com um acordo de livre
comércio UE-Mercosul. Os sócios não deveriam ter medo de que um possa
ser melhor que o outro, porque somente juntos poderemos melhorar",
enfatizou.
--- Dilma a favor de TLC ---
No contexto de uma Europa em crise, Dilma mostrou interesse em
acelerar as negociações com a assinatura de um tratado de livre comércio
entre a União Europeia e o Mercosul (Brasil, Venezuela, Paraguai -
suspenso -, Uruguai e Venezuela).
Dilma considerou que este tratado deve contemplar "um reequilíbrio
das relações comerciais" em ambos os lados, ao mesmo tempo em que pediu
um avanço de nossas ofertas para que a negociação possa prosperar, após
uma reunião com líderes da UE em Brasília nesta semana.
As negociações entre os dois blocos foram retomadas em 2010, após uma paralisação de seis anos.
Depois de uma reunião na manhã deste sábado com Piñera no Palácio de
La Moneda, Dilma ressaltou em uma coletiva de imprensa a importância
estratégica da relação com o Chile para garantir mutuamente uma saída
aos oceanos Pacífico e Atlântico, respectivamente, através de um
corredor ferroviário e rodoviário.
No encontro, Dilma e Piñera também assinaram três acordos de
cooperação nos campos da educação, cultura e pesquisa na Antártica, e
disseram que seus países avançam para "uma relação sem fronteiras".
"Temos uma amizade sem fronteiras e não apenas porque o Chile é um
dos países que não tem fronteiras físicas com o Brasil, e sim porque
temos uma amizade sem limites, que não tem exceções", declarou Piñera.
Dilma, por sua vez, destacou que os dois países "têm no setor
comercial um grande potencial e grandes desafios porque, apesar de não
terem fronteiras comuns, têm uma grande possibilidade de integração, com
uma melhor interrelação de infraestrutura estratégica".
Nesta nova relação sem fronteiras e mais ampla, a presidente
brasileira se referiu à importância de um uso compartilhado dos portos e
disse que o Chile pode chegar com seus produtos a portos brasileiros
como o de Santos, Paranaguá e outros, do mesmo modo que o comércio do
Brasil deve ter acesso a portos chilenos.
A este respeito, se referiu à importância que terá um futuro corredor
bioceânico por rodovias e ferrovias, o que ligará o comércio do
Atlântico e do Pacífico.
Em relação à crise europeia, o primeiro-ministro francês, Jean-Marc
Ayrault, disse neste sábado que "no momento em que outras regiões
emergentes consolidam rapidamente sua presença na América Latina, a
turbulência, as incertezas da Eurozona provocaram nestes últimos meses,
inclusive nos últimos anos, dúvidas e questões, e não apenas na América
Latina".
Referindo-se, assim, à ascensão da China, transformada em principal
sócia comercial do Brasil e de outros países da região, Ayrault
enfatizou que a "Europa está de volta, a Europa se recupera".
O tema oficial da cúpula são os investimentos, não apenas os
investimentos da Europa na América Latina, que foram de grande ajuda
para as empresas espanholas durante a crise, mas também da América
Latina na Europa.
Rajoy afirmou na reunião empresarial de sexta-feira que "existe um
enorme potencial para intensificar o fluxo de investimentos da região à
Europa. (...) A Espanha pode desempenhar um papel muito relevante, como
porta natural de entrada para as empresas latino-americanas ao mercado
europeu".
A cúpula UE-CELAC será seguida pela primeira cúpula do organismo
latino-americano e caribenho, durante a qual a presidência temporária do
grupo será entregue na segunda-feira por um ano ao presidente cubano
Raúl Castro, o que constitui o principal êxito diplomático recebido até
agora por seu governo, apesar do embargo econômico de 50 anos de duração
imposto pelos Estados Unidos.
Mas a chegada de Castro na sexta-feira desencadeou os protestos de um
setor da direita que integra o governo de Piñera, que acusa o regime
comunista de Cuba de proteger militares da Frente Patriótica Manuel
Rodríguez, entre os quais figurariam os que, em 1991, assassinaram o
senador Jaime Guzmán, ideólogo do regime de Pinochet.
O presidente do Paraguai, Federico Franco, excluído de vários fóruns
regionais após a destituição em um julgamento político sumário do
presidente Fernando Lugo em 2012, não participa da cúpula. Segundo
Franco, ele não foi convidado; já para o chanceler chileno, o presidente
paraguaio não quis comparecer.
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, hospitalizado há um mês e meio
em Havana e grande impulsionador da CELAC, tampouco participa, nem o
presidente equatoriano, Rafael Correa, em plena campanha eleitoral para
sua reeleição .
ASSUNTO ELEITOREIRO
PREPARAÇÃO PARA AS ELEIÇÕES DE 2014 .
ELES SE ORGANIZAM PARA MANTE SEU BOM SÁLARIO
É QUEM PAGA ESSA CONTA E A POPULAÇÃO .
ATÉ HOJE NÃO SÃO ASSISTIDA PELO PODER PÚBLICO.
jornalista
rubenn dean
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rubenndeanrj@gmail.com
facebook.
eddie rubenn dean murphy
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