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Paraty comemora título de Patrimônio Histórico Cultural da Cachaça

Tradicional produtora de aguardente, cidade se prepara para os 30 anos do festival da bebida


A menos de um mês para o Festival da Cachaça 2012, Paraty, no Sul Fluminense, está em contagem regressiva para o evento. E no ano em que o festival completa 30 anos, produtores e amantes da cachaça receberam um presente que dará “gostinho” especial à festa: a pinga – como ficou popularmente conhecida – se tornou Patrimônio Histórico Cultural do Estado através de uma lei sancionada pelo governador Sérgio Cabral.

– Queremos mostrar que a cachaça não é um simples destilado, mas um produto nacional carregado de história e cultura – afirmou Eduardo Mello, herdeiro da família de alambiqueiros mais tradicionais da cidade, produzindo a cachaça Coqueiro desde 1803.

A cachaça produzida em Paraty é a única do País com Indicação Geográfica, desde 2007, concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Trata-se de uma espécie de selo, que impede que o nome do município seja usado em embalagens de aguardentes fabricadas em outros locais.

Sabores diferenciados em cada alambiques

Atualmente, existem sete alambiques em funcionamento na cidade. E a diferença entre eles não está apenas na marca, mas no produto final.

– Cada alambique tem sua receita de levedura, e a diferença na forma de produzir resulta em aroma e sabores peculiares – disse o dono da cachaça Pedra Branca, Lúcio Freire.

Boa para o paladar feminino

Há quem ainda afirme que a cachaça é bebida para homem, mas basta andar pelas ruas da cidade para ver mulheres degustando aguardentes. Para atingir esse crescente público, além da tradicional branquinha, das cachaças envelhecidas e da azulada típica de Paraty, os alambiques produzem versões com sabores. E tem mulher também colocando a “mão na massa”.

É o caso de Maria Izabel Gibrail Costa, 62 anos, que fabrica há 16 anos a cachaça que leva seu nome.

– As pessoas diziam que mulher não sabia fazer cachaça e que meu produto era fraco. Mas ele é um das mais fortes, com 44% de teor alcoólico. Minha cachaça é como a mulher: forte, mas suave – disse.

Em Paraty, a cachaça contribui para o fortalecimento da economia e do turismo, além de incrementar a gastronomia da região. Considerada uma bebida de classes inferiores, foi historicamente marginalizada e chegou a ter sua fabricação proibida no Rio, no século XVII.

– No momento em que se reconhece a cachaça como Patrimônio Histórico Cultural do Estado, está se reconhecendo uma técnica de produção, um conhecimento ancestral que tem que ser valorizado porque é a própria razão de formação cultural do povo do estado – disse o historiador Diuner Mello.

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