Rio de Janeiro é pioneiro no tratamento de adolescentes obesos
Há dois anos o Programa Estadual de Cirurgia Bariátrica trata jovens entre 16 e 18 anos, optando prioritariamente pela reeducaçao alimentar antes da cirurgia
Com um Programa de Cirurgias Bariátricas desde 2010, o Estado do Rio de Janeiro é pioneiro no tratamento de adolescentes obesos. Desde então, em um projeto-piloto, cerca de 10 pacientes entre 16 e 18 anos são acompanhados por uma equipe multidisciplinar, formada por médicos, psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros. Na semana passada, o Ministério da Saúde anunciou redução da idade mínima para realização de cirurgias de redução de peso.
A ideia é focar em atendimento especializado e preventivo, ou seja, redução do peso com dietas. O motivo da opção prioritária pela não intervenção cirúrgica de imediato está relacionado aos eventuais danos psicológicos em pessoas tão jovens.
- Não há uma restrição sobre operar ou não um paciente mais novo. Mas principal objetivo, num primeiro momento, é fazer um tratamento para ajudá-lo a reduzir o peso e a se reeducar. Só fazemos a intervenção em casos extremos – explica o médico Cid Pitombo, coordenador do Programa.
Mulheres são a maioria - As mulheres entre 30 a 35 anos são as que mais realizam a cirurgia no Hospital Estadual Carlos Chagas, representando universo de 75%. Elas se sentem mais incomodadas com o sobrepeso, tanto do ponto de vista social quanto da saúde.
Implantado em dezembro de 2010, o programa do Governo do Estado fez mudar um cenário no Rio de Janeiro. Em 2010, por exemplo, antes da entrada do Estado no serviço, foram feitos em todo Rio de Janeiro apenas 16 cirurgias bariátricas. O crescimento entre 2010 e 2011 é de mais de 2.400%, atendendo pacientes do SUS, moradores de 30 municípios do estado.
Mais de 400 operados - Criado pela Secretaria de Estado de Saúde em dezembro de 2010, o Programa de Cirurgias Bariátricas do Rio já operou mais de 400 pessoas. A cirurgia bariátrica, mais conhecida como cirurgia de redução de estômago, tem possibilitado mais saúde e qualidade de vida para um número cada vez maior de pacientes.
O Programa de Cirurgia Bariátrica conta com 100% das cirurgias realizadas por videolaparoscopia, técnica menos invasiva e mais segura; UTIs exclusivas para este perfil de paciente e com o único tomógrafo para obesos da América Latina.
O responsável pelo programa é o médico Cid Pitombo, mestre e doutor em cirurgia e membro do Comitê de Educação Continuada da Sociedade Americana de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e também membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.
Cirurgia sem fila de espera - Para se candidatar a uma cirurgia bariátrica no Programa do Estado, o paciente deve procurar um atendimento ambulatorial mais próximo de sua casa para que um médico faça uma primeira avaliação se a cirurgia é necessária ou não. Se a operação for indicada, o médico solicita uma segunda avaliação para a Central de Regulação de Cirurgia Bariátrica do Estado, que encaminha o pedido de forma online ao Hospital Estadual Carlos Chagas. O paciente é contatado e tem uma consulta de avaliação marcada. E, importante, não há fila de espera.
O paciente que tiver Índice de Massa Corpórea dentro do indicado (maior que 40kg/m² ou maior que 35kg/m² quando associado a fatores de comorbidade, como hipertensão e diabetes, entre outros), que preencham os pré-requisitos do Ministério da Saúde e não tiverem doenças graves associadas são avaliados, preparados e operados. A equipe do médico Cid Pitombo também acompanha todo o pós-operatório especializado, com orientações de nutricionista, psicólogo e avaliação periódica pelo cirurgião.
jornalista
rubenn dean
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