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Gastronomia de comunidades pacificadas vira atração turística
Cardápios para todos os gostos já são patrimônios do Vidigal, Santa Marta e Chapéu-Mangueira
Os sabores da culinária carioca, o bom atendimento e os preços acessíveis dos restaurantes de comunidades pacificadas como Chapéu-Mangueira e Babilônia, Santa Marta e Vidigal ganharam fama internacional e entraram para a lista de atrações turísticas do Rio. Nos últimos anos, comerciantes como David, Zequinha e Fábio viram seus pequenos negócios se transformar em patrimônios de suas comunidades.
Depois da chegada de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), os restaurantes começaram a receber turistas interessados em conhecer a gastronomia local. Para atender aos novos clientes, comerciantes como David Vieira Bispo, do Bar do David, no Chapéu-Mangueira, no Leme, investem em infraestrutura e em um cardápio recheado de pratos que foram destaques em concursos gastronômicos e na imprensa internacional.
– O bar já ganhou o segundo e o terceiro lugares do concurso Comida di Buteco em 2011 e 2012. Também fui personagem de reportagens como o do jornal Le Figaro, da França. Esse é o resultado do sucesso da comida do morro. Estamos trabalhando em novas comidas e aumentando o número de mesas de 20 para 80 – afirmou David.
No Santa Marta, em Botafogo, a atração é o Bar do Zequinha, que foi descoberto com a inauguração da primeira UPP do Estado, em 2008. Hoje, o tempero caseiro do restaurante de José dos Santos está no roteiro de visitantes de diferentes cidades do mundo, como as amigas holandesas Elisabeth Nouwers e Lieve Sonderer.
– Estávamos conhecendo os pontos turísticos da comunidade e nos indicaram o Zequinha. Fizemos questão de vir experimentar a comida, porque é através da culinária que conhecemos a cultura de um lugar – disse Elisabeth.
Já no Vidigal, o point gastronômico é o Bar Lacubaco. O dono do restaurante, Fábio Freire Pimenta, apostou em um prato tipicamente brasileiro para conquistar os turistas: a feijoada. E deu tão certo que agora 85% de seus clientes vêm do asfalto.
– Tive que criar um cardápio bilíngüe porque atendemos muitos turistas de outros países – disse o comerciante.
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