GOVERNO DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Repórte
Rubem de Paula
Moradores da Cidade de Deus se sentem mais seguros com a UPP
Pesquisa realizada pela FGV mostra que esta é a sensação de 59,2% dos entrevistados na comunidade
Sensação
de segurança. Este é o sentimento que os moradores da Cidade de Deus
expressaram em pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) aplicada pela
primeira vez em uma área pacificada. Entre os entrevistados, 59,2%
afirmaram que a comunidade ficou mais segura com a chegada da Unidade de
Polícia Pacificadora (UPP), em fevereiro de 2009. Para outros 10,9%,
está igualmente segura; 10% não souberam responder e apenas 8,3% se
sentem menos seguros.
O
estudo Melhora Comunidade focou nos jovens e nas mudanças pelas quais a
comunidade passou com a permanência dos policiais. Realizada pelo
Centro de Tecnologia e Sociedade (CTS) da Escola de Direito da FGV, a
pesquisa utilizou metodologia de comparação entre pares aplicada na
Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.
–
Perguntávamos as opiniões sobre a chegada da polícia e o que precisa
melhorar na Cidade de Deus, e eles eram conduzidos a detalhar suas
respostas. Fizemos parcerias com lan houses, ONGs locais e também
espalhamos colaboradores com tablets e celular para ajudar as pessoas a
responder e, assim, conhecermos a comunidade. Surpreendeu ver o impacto
positivo da UPP em diferentes faixas etárias – explicou Ronaldo Lemos,
coordenador do CTS/FGV.
Saber
que a opinião de moradores de até 35 anos prevaleceu no resultado final
da pesquisa trouxe satisfação à Secretaria de Segurança. Para o
coronel Alexandre de Souza, superintendente de programas estratégicos,
os jovens eram os mais resistentes ao processo de pacificação:
– Ficamos muito felizes
porque essa era a faixa etária que mais apresentava resistência. A
pesquisa nos dá a sensação de que nossos objetivos estão sendo
alcançados e também vai nos ajudar a direcionar possíveis ajustes nas
ações da polícia e implementação de políticas públicas – afirmou o
coronel.
Para o comandante das UPPs da Cidade de Deus, major Bruno Xavier, o índice contrário de 8,3% é natural.
– A resistência vem perdendo força e estamos vendo que os moradores estão cada vez mais próximos – disse Xavier.
População valorizada
Assim
como desfrutam da segurança, os moradores anseiam por mais
infraestrutura. Essa foi a área apontada como a que mais necessita de
melhorias, 25,6%, seguida de educação, com 16,7%, e saúde, escolhida por
12% das pessoas.
A
principal demanda é por limpeza das ruas e recolhimento do lixo,
seguida de serviços de água e esgoto e transporte. Articulador local do
trabalho e morador da comunidade, o cineasta Rodrigo Felha considera que
a pesquisa contribui para a comunidade se sentir valorizada.
– Podemos mostrar a realidade e ver que ela fala – disse Rodrigo.
A
pesquisa, fruto de parceria do CTS-FGV com o Banco Mundial e a Fundação
Ford, foi respondida por 658 pessoas entre abril e junho deste ano. Um
documentário com os resultados foi apresentado a integrantes do Banco
Mundial, em Washington.
jornalista. rubenn dean
tel.021.9337.4123
email. rubenndeanrj@gmail.com
facebook. eddie rubenn dean murphy
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